23/12/11

Feliz Natal!

Este será o último Natal dos meus pais sem mim. Para o ano vai ser a felicidade total, com a família toda junta e eu a receber miminhos de todos.
Neste Natal o dia 24 vai ser passado em casa dos meus avós maternos e o dia 25 em casa dos meus avós paternos. Para o ano esperemos que seja tudo em casa dos meus pais, não o T1 actual mas o T3 que está quase quase a ser deles. Vamos lá ver se corre tudo bem desta vez e não dá barraca como a última casa que eles iam comprar…
Estou com muita vontade de saborear os petiscos do Natal, mesmo sendo através da barriguita da minha mãe. Ela vai fazer arroz doce, tronco de natal e talvez uns biscoitinhos. O meu pai vai-se dedicar a aprender a tradição familiar das filhós. Para a ceia vai haver bacalhau “à la meninhe” (especialidade da minha avó materna, sem aquelas couves tradicionais), salgadinhos, torta de laranja, canja de galinha, carne assada, entre outros. Depois no almoço de Natal deve ser borrego ou cabrito no forno, mas ainda não sabemos, só desconfiamos.
Quanto a mim vou disfrutar calmamente do Natal aqui dentro, no quentinho e a pular como é meu hábito!

19/12/11

Elegância é comigo!

Hoje foi dia de ecografia!
Tenho já cinco meses (pronto, 21 semanas e um dia, para quem gosta de ser piquinhas) e tenho tudo no sítio. Os meus pais ficaram muito felizes e aliviados por saberem que sou um bebé saudável e que não me falta nada.
No entanto, a médica que fez a ecografia disse que eu sou um bocadinho mais pequeno que a média (neste caso, menos pesado que a maioria dos bebés), o que não preocupa nada os meus pais, nem a mim, porque a minha mãe é pequenina e o meu pai também não é nenhum gigante. Seria impossível eu ser um bebé grande e gordo! Além disso eu gosto muito de me mexer, ando sempre aos pinotes e a virar-me de um lado para o outro, portanto faço muito exercício e queimo assim as calorias, ehehe!
Agora os meus pais só me voltam a ver dia 6 de Fevereiro, para se certificarem que eu continuo aqui na maior, como até agora.
Acho que fui um bocado desavergonhado e quando a médica estava a ver se descobria as minhas partes intímas teve que dizer aos meus pais para olharem para o lado, senão eles viam o que não queriam (pois, esqueci-me de que eles querem ser surpreendidos quando eu nascer). Ela disse que era bastante óbvio, mas que isso era para ela que está habituada a fazer muitas ecografias, para pessoas leigas se calhar não é! Mistério…
E agora aí vem o Natal e depois férias de uma semana para os meus pais! Espero que consigam descansar e divertirem-se muito comigo.

12/12/11

Os meus pontapés poderosos, oh yeah!

Coisas estranhas andam a acontecer por aqui (dentro da barriga da minha mãe)…
Ontem, em vez de andar aqui dentro aos saltos como é costume, estive o dia todo numa grande calma, sem pulos, sem solavancos, enfim, uma seca. As únicas coisas que ouvia eram a voz do meu pai (acho que ouvi um berro de um golo do Benfica…) e uns ruídos que parecem do outro mundo, vindos das tripas malucas da minha mãe (que soam a monstros da lagoa negra).
Como sou um bocadinho alarmista, e já não estava a achar muita piada a estar completamente sereno, hoje de manhã toca de dar uns pontapés com força naquela coisa almofadada que está entre mim e a barriga da minha mãe. Pelos vistos resultou, porque hoje o dia está a ser bem mais animado. Mesmo assim tenho continuado a mandar umas biqueiradazitas de vez em quando a ver se ela esperta de vez.
Aparentemente o que aconteceu ontem foi que ela esteve a dormir o dia todo… Que mandriona! Deixa lá mãe, que quando eu nascer não deves ter muito tempo para dormir, muahahahah!

09/12/11

Há dias em que não se devia sair de casa...

Há a fabulosa teoria de que as grávidas não devem enervar-se nem entrar em stress, porque isso passa para o bebé. Aparentemente é verdade, já que a minha mãe cada vez fervilha com mais ódio e desejos de assassinato, o que eu apoio e sinto também.
E se são principalmente os médicos que incentivam à calma e serenidade, porque motivo foi uma médica a razão da quase explosão da minha mãe, na passada quarta-feira?
Primeiro, não se percebe o porquê de ter que se ir perder tempo ao centro de saúde pedir uma credencial para fazer exames e análises obrigatórias aquando da gravidez. Se a grávida pertence ao SNS, se paga os seus impostos, e mais importante, se tem já um papel que indica que está isenta de todas as taxas moderadoras, qual a razão da porcaria da credencial? É só porque é divertido ir perder tempo e gastar mais papel, incentivando a maravilhosa burocracia?
Depois, a consulta da minha mãe estava marcada para as 12h, pelo que ela teve que sair a correr do trabalho às 11h (sim, ela trabalha no fim do mundo), para às 14.30h, ainda sem ter almoçado, lhe dizem que ainda tem mais duas pessoas à frente. Foi então almoçar rapidamente uma sopa e uma sandes de panado (uau, que refeição nutritiva e satisfatória para mim) e quando voltou ao centro de saúde, perguntou a um recepcionista com quem ainda não tinha falado se já a tinham chamado, ao que ele respondeu que não. Mas calma, a conversa foi mesmo assim, ela não mencionou como se chamava e o homenzinho, que nem sequer parava quieto na sala de espera, logo não poderia saber se a tinham chamado ou não, respondeu logo que a médica não tinha chamado. E não, também não era o caso de a médica não ter chamado ninguém, já que as duas pessoas à frente da minha mãe já lá não estavam.
Finalmente a minha mãe foi chamada, quase às 15h. Ao dar a requisição dos exames passados pela médica particular (dessa nós gostamos muito), a médica do centro de saúde começou logo a dizer que não passava essas análises porque eram muito caras e era só para gastar dinheiro. São caras para quem? Para a minha mãe que agora vai ter que desembolsar cento e tal euros por cada análise que esta gaja não passou? Portanto, logo aí começou muito mal, já que o propósito da ida ao fabuloso centro de saúde eram essas credenciais.
Depois a médica decide pesar a minha mãe numa balança de há dois séculos, daquelas com pesos que se mexem mais para um lado ou outro até equilibrar. Oh, espanto, 59,5kg! A minha mãe ficou perplexa e pensou que afinal a sandes de panado devia ser de elefante, já que ela há uma semana e pouco pesava 55kg. A médica marcou esse peso estúpido no livrinho da grávida (não se preocupem que a minha mãe já riscou essa anormalidade e pôs o peso real dela, que são 56kg, pesados depois de jantar nesse mesmo dia).
Outra maravilha foi medir a tensão da minha mãe, que costuma ser 10/6, depois dela ter almoçado, bebido café, e estar a espumar de ódio pelo tempo que esperou para depois sair de lá sem as credenciais. Estava com 13/6, olha mais uma surpresa!
Outras pérolas dessa consulta foram dizer que a ecografia que a minha mãe tem marcada para dia 19 (quando já faço 21 semanas, para as pessoas que se entendem a falar em semanas) era demasiado precoce, deveria ser só às 24 semanas (perdão? Em que planeta?), que a partir de agora só a atenderia às 15h (sim, para quem trabalha no fim do mundo e tem que compensar horas, dá um jeitão) e a cerejinha no topo do bolo: “Está com um ar abatido, tem que descansar mais!”. Ora vejamos… Mais de três horas à espera, para não ter as credenciais de que precisava, chamarem-lhe mamute obeso, e ainda esperava que a minha mãe estivesse fresca, fofa e bem disposta?!
Ufa, tinha mesmo que desabafar. Esta vida já é muito stressante aqui dentro da barriga, imagino quando sair aí para fora…

05/12/11

Mais um mês no bem bom

Não tenho andado a cumprir com os meus relatos, como se pode comprovar, mas sou um bebé muito ocupado, e estas últimas semanas têm sido uma estafa!
Aparentemente já tenho 19 semanas, o que para pessoas que falam normalmente  como eu e os meus pais, dá quatro meses e meio (não percebo porque contam a nossa idade em semanas…). E nestas últimas semanas tenho mudado muito, já não estou com um aspecto tão extraterrestre como antes, devo ter cerca de 15 centímetros( mais ou menos o comprimento de uma batata doce grande) e devo pesar quase 250 gramas.
A minha vida dentro da minha mãe é um bocado barulhenta (credo, mas que raio ela come para o estômago fazer aqueles barulhos esquisitos?) mas calminha, excepto quando ela corre que nem doida para não perder o comboio ou o autocarro (ou vai andar de GoCar com o meu pai e há solavancos por todos os lados). Para meu maior conforto, decidi instalar-me mais para o lado esquerdo dela, está-se bem aqui!
Os meus pais já me andaram a ver numa ecografia que fizeram em Outubro, onde ouviram o meu coração e viram que aparentemente tenho tudo no sítio, e depois numa ecografia feita à revelia no mês passado, quando a minha mãe foi fazer um rastreio do segundo trimestre (para ver que eu não tinha problemas de malformações). Esta ecografia foi feita por uma enfermeira que achou que era simpático mostrar-me aos meus pais, que já não me viam há mais de um mês, e eles adoraram, embora não percebam muito do que se passava no ecrã.
Neste momento continuo na boa vida, a comer e dormir, só preocupado em crescer bem… A minha mãe tem-se queixado de que eu não comunico, mas eu bem tento! Farto-me de mexer e dar pontapés, só que há aqui uma coisa tipo amortecedor entre mim e a barriga dela e deve ser por isso que ela não me sente tanto. O meu pai tem falado comigo, consigo já ouvi-lo bem, e acho que outro dia ele conseguiu ouvir o meu coração por ter posto o ouvido na barriga da minha mãe (o que para ela é um grande sacrifício, já que tem muito nojo de umbigos e barrigas).
Daqui a duas semanas vão espreitar-me outra vez numa ecografia mais detalhada, e como sou um bebé que respeita muito os seus pais, vou continuar a não mostrar partes que eles não querem ver (eles preferem ser surpreendidos na questão de se sou menino ou menina!).